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Mergulhamos no Naufrágio Ruy Wanderley em Bitupitá

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Mergulhador junto a popa do naufrágio Ruy Wanderley. Acima é possível observar os dois lemes do navio.


Recentemente publicamos a história do naufrágio Ruy Wanderley ao largo de Bitupitá, a última vila do Ceará antes da divisa com o Piauí. Ao conhecermos sua história a curiosidade aumentou e embarcamos numa viagem de 400 km por terra e mais 4 milhas náuticas por mar até o local em que se encontra o naufrágio.

Tratava-se realmente de uma chata de de transporte de cargas em águas rasas. Possui o fundo plano (chato) e uma proa retangular e inclinada para superfície para facilitar o encalhe. O naufrágio está emborcado e mantém preservados proa e popa. Seu convés está destruído, possivelmente por ter ficado suspenso, apoiado entre proa e popa. Possuía cerca de 40m de comprimento e uns 4m de boca. Sua popa estreita possui cerca de 3m de comprimento e uma breve penetração é possível nesta seção do naufrágio onde é possível observar suas máquinas.

A vida marinha é abundante na forma de pequenos peixes, alguns crustáceos, corais e gorgônias.


Esboço do croqui do naufrágio. Por Marcus Davis. Todos os direitos reservados.

Peixe Morcego no
compartimento da pro.
"Em uma tarde comum do dia 5 de março de 1972 com o mar levemente agitado o navio Minuano começava a receber carga do navio Ruy Wanderley à contra-bordo. A carga era içada com guindastes para os porões do navio Minuano, sempre com movimentos cauteloso devido ao balanço do mar. Apesar da cautela nessa movimentação das ondas, os dois navios se chocavam violentamente pelas laterais. Com a pressa para terminar o processo de carregamento o mestre do Ruy não se preocupou muito com as batidas e continuou a manobra. Foi quando um dos operadores de guindaste observou ondas entrando no navio sem escoar.
Por volta das 18hs do mesmo dia começou a manobra alijamento da carga e após a descida da primeira lingada a tripulação sentiu o navio descer devido à sobrecarga, com isso começaram as pressas o trabalho para retirar as caçambas de sal para tentar evitar o naufrágio. No entanto nada adiantou, e um dos estivadores deu o alarme: “O navio esta afundando! Cortas os cabos! Corta os cabos!” Cortaram os cabos para evitar que os dois navios fossem a pique e saltaram para o resgate que foi realizado pelas canoas que pescavam no local. Já era noite quando o navio Ruy Wanderley se despedia do seu trabalho em um trágico acidente, por volta das 19hs só se via uma pequena ponta do mastro do grande Ruy.
O navio Ruy Wanderley naufragou no dia 5 de março de 1972 por volta das 18hs em uma profundidade de 8 metros na baixamar e em mais ou menos na distancia de 5 km da praia, sendo hoje possível ver em um mergulho ao lado do curral de numero 32.
O relatório do inquérito atribuiu o acidente as fortes pancadas no Minuano e considerou responsável o mestre João Fagundes de Oliveira e o imediato (moço de convés) José felinto da Silva por insistirem no transbordo de cargas naquelas condições, sendo representado contra pela procuradoria por negligencia e imprudência, foram condenados a pena de multa de um salário mínimo."

Texto e Fotos
Marcus Davis

Fontes: 
Bitupitá Atividades

O Barco de Acaraú seria o famoso Iate Palpite?

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Mergulhador junto a estruturas do naufrágio O Barco de Acaraú. 

Segundo artigo publicado neste site por Augusto César Baros, em 1859 foi criada uma comissão com o objetivo de fazer um levantamento nas províncias do Norte do Brasil, para pesquisar sobre os recursos minerais, hidrográficos, botânicos e mais outros, que sob o patrocínio de Dom Pedro II, amante da ciência, foi denominada de “Comissão Científica Exploradora”.

Esta comissão foi motivo de grande discussão no Império, sendo inclusive chamada de “Comissão das Borboletas”, devido à controvérsia sobre o seu trabalho. Composta por renomados profissionais de sua época, dentre eles, Gonçalves Dias, Barão de Capanema, o pintor José dos Reis Veloso, e depois objeto do trabalho de escritores como Gustavo Barroso, Renato Braga, Barão de Studart, o fato é que parte deste material produzido foi á pique junto com o barco que o transportava.

O Palpite
Iniciou no Ceará passando por Baturité, Guaramiranga, Ibiapaba, e, em Camocim, à partir da conclusão de seus trabalhos, formando assim um acervo de informações. Capanema contratou o transporte de parte desse material de Camocim para Fortaleza por via marítima através de uma embarcação tipo iate denominada "Palpite".

Capanema foi um dos mais controversos membros desta comissão sendo atribuída a ele uma total falta de compromisso com os estudos propostos por Dom Pedro II. Ainda, foi especulado se o motivo do transporte marítimo de carga tão valiosa teria sido um naufrágio intencional visto a baixíssima produção cientifica realizada por este cientista.

O fato é que o Barão de Capanema contratou um barco chamado Palpite para transportar parte do resultado de seus estudos para Fortaleza e este barco naufragou no dia 13 de março de 1861 próximo da foz do Rio Acaraú (CAVALCANTE, 2012). Freire Alemão registrou em seu diário a notícia publicada pelo jornal "O Cearense". Um outro registro de Eduardo Campos também menciona a construção de uma embarcação chamada Palpite em meados da década de 1840.
Naufrágio: Pelo último vapor do norte receberam-se cartas da Granja por via de Maranhão noticiando a perda do iate Palpite que vinha para esta capital e trazia a bordo toda a bagagem que o Dr. Capanema não quis levar consigo para a Serra Grande, onde tencionava fazer uma excursão rápida, e em estação invernosa temiam achar todos os rios cheios. Entre os objetos perdidos vinha nas malas de roupa o livro de registro de todas as observações meteorológicas que cita até Sobral, da mesma sorte as observações astronômicas, e a descrição geológica da província, todos os manuscritos; e enfim as notas que serviam para passar o tempo quando [ilegível] demora em qualquer lugar [ilegível]. Perdeu-se igualmente toda a coleção fotográfica, uma série de vistas de nossas cidades e povoações, tipos, dendrológicos, utensílios usados pelo nosso povo, mas [apagado] etc. Assim como algumas fotografias de objetos microscópicos.Alguns instrumentos, livros, objetos preparados para analise química, entre eles os gases e águas do Pagé, varias plantas medicinais, e a maior parte das coleções de Sobral e Meruoca. Em um momento perderam-se trabalhos, que custaram tantas fadigas ao Sr. Capanema, e seu Adjunto o Cap. Coutinho, e muitas vezes foram eles eficazmente auxiliados pelo bom amigo, e companheiro de viagem o Dr. Dias; ao todo 13 volumes. Segundo notícias, que correm apenas escapou a tripulação do Navio. (Diário de Freire Alemão)
Esboço do croqui do naufrágio com indicações das estruturas principais. Por Marcus Davis. Todos os direitos reservados. 
O Barco de Acaraú
Atualmente a cerca de 4 milhas náuticas da foz do Rio Acaraú existe um naufrágio conhecido como "O Barco" ou "O Barco de Acaraú". Seguindo indicações do engenheiro de pesca Toivi Masih Neto que conhece bem a região fomos até o local. O naufrágio está a 7m de profundidade e completamente destruído. O sítio tem aproximadamente 35m de comprimento por 6m em sua largura máxima. É possível reconhecer o molinete da âncora, correntes (com elos característicos de um período passado) e uma grande âncora tipo almirantado. 
Molinete da Âncora

Os cavernames (as "costelas") de metal estão presentes mas não há sinal do casco, o que sugere que este revestimento fosse de madeira que é rapidamente decomposta no mar. Pelo posicionamento das estruturas é possível deduzir que o navio tocou o fundo sobre seu boreste colapsando aos poucos devido as forças da correntezas passam no local. 

Apesar de uma estrutura metálica cilíndrica na área da proa, há uma completa ausência de estruturas associadas a motores, tais como hélice, eixo, máquinas, etc, o que sugere uma embarcação à vela de grande porte. Essa estrutura cilíndrica metálica apresenta rebites em suas juntas o que indica que não foi construída utilizando métodos modernos de soldagem empregados a partir do início do século XX.
Abundância de peixes recifais

Uma explosão de vida marinha é observada na forma de pequenos peixes recifais, moreias e frequente visita de arraias.  

O local e condições conhecidas do afundamento do Iate Palpite em muito coincidem com as encontradas no naufrágio chamado "O Barco de Acaraú". O tamanho do sítio, o tipo de estruturas encontradas no local são fortes indícios de que tenhamos encontrado o famoso Iate Palpite. Estudos mais acurados e pesquisas inloco se fazem necessárias para só então podermos afirmar com certeza que encontramos o controverso Iate Palpite.

Vídeo do sítio.


Participaram da expedição
Franco Bezerra
Junior Alves
Marcus Davis

Texto e Fotos
Marcus Davis

Fontes
O Naufrágio do Iate Palpite ou seria o Iate Invencível?

Jornal O Povo
Percepções e Limites do Fazer Científico: o caso da imperial comissão científica de exploração (1859-1861)
A Fortaleza Provincial, Eduardo Campos, 1988
“O Brasil é o Ceará”:as notas de viagem de Freire Alemão e Capanema e suasimpressões sobre o Ceará (1859-1861), Francisca Cavalcante, 2012

O que afeta a visibilidade da água?

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Mergulhadores no Cabeço do Balanço, no Parque Estadual Marinho, com excelente visibilidade, Fortaleza, CE.

A visibilidade da água é basicamente a distância na qual perdemos de vista uma referência, mas essa definição não é universal, pois infelizmente não existe um padrão para essa medida. Alguns mergulhadores dizem que a visibilidade é avaliada de acordo com que se consegue notar a presença de uma pedra por exemplo, enquanto outros mergulhadores dizem que a visibilidade é dada através da distancia que ainda é possível visualizar detalhes, por exemplo, perceber que uma tartaruga estava sobre a pedra.
Partículas em suspensão e
tonalidade esverdeada,
indicam baixa visibilidade.
Naufrágio BravamarX,
Fortaleza, CE.

Determinados sites divulgam a visibilidade de alguns pontos de mergulho no Brasil e no mundo, mas a maioria tem como base dados de institutos de meteorologia que retiram seus dados de fotos de satélite, usando nenhum tipo de fórmula ou aparelho específico para avaliar a visibilidade da água, sendo infelizmente, de pouca exatidão. 

Geralmente é bem confiável tomar como base o depoimento de outros mergulhadores, pois mesmo com a subjetividade de medição, é a fonte mais precisa. 

A visibilidade da água pode variar de zero a sessenta metros e pode mudar de acordo com a profundidade. Mudanças repentinas de temperatura e visibilidade, podem indicar a chegada de uma corrente. 

Em raras situações e em águas abertas, a visibilidade pode cair em questão de segundos, dificultando a orientação embaixo d'água. 

A principal causa de problemas de visibilidade é a existência de sedimento em suspensão na água e isso pode acontecer em ambientes onde o lodo do fundo é facilmente levantado pelo movimento da água. No caso dos rios com correntes não existe muito o que fazer, mas em águas paradas o principal cuidado ao nadar é evitar que o movimento das nadadeiras levante o lodo do fundo. 
A tonalidade esverdeada que observamos
próximo à costa normalmente indica
baixa visibilidade. Naufrágio Bragança,
Fortim, CE.

Muitas vezes a visibilidade em lagos, açudes ou rios com muito sedimento pode variar entre 5 metros e absolutamente zero, mas existem técnicas que mesmo com uma visibilidade um pouco limitada, você pode conseguir aproveitar o mergulho. 

Em águas com muita suspensão, lanternas são praticamente inúteis, já que acabam ofuscando o mergulhador com a luz refletida nas partículas suspensas. 

Existem alguns fatores principais que afetam a visibilidade

Movimento da água
As ondas, as correntezas ou até mesmo o movimento das pernas de um mergulhador que não controla bem a sua flutuabilidade ou o seu alinhamento do corpo, podem agitar os sedimentos do fundo e assim deixar a água turva e reduzir a visibilidade. Mas ao mesmo tempo, uma correnteza pode movimentar a água de forma a afastar as águas turvas e substitui-las por águas mais límpidas. 
Em açudes, a água esverdeada pode
indicar a presença de plânctons.
Mergulhador junto a um ninho de cupim
em uma árvore submersa no
Açude Castanhão, CE. 

Condições climáticas
As condições e alterações climáticas podem melhorar ou piorar a visibilidade. Ventos fortes podem tanto movimentar a água formando ondas que geram os problemas citados no item anterior, quanto empurrar as águas da superfície fazendo com que águas mais frias e profundas se elevem á superfície para substitui-las, o que aumenta a visibilidade da água (conhecemos esse fenômeno por ressurgência) . Uma chuva pode fazer com que sedimentos em terra firme escorram para dentro da água. 

Plâncton
O plâncton (organismos microscópicos que vivem em suspensão em água doce, salgada e salobra. Com muito pouca ou nenhuma capacidade de locomoção, sendo transportados pelas correntezas) pode se reproduzir rapidamente quando em condições de sol intenso, deixando a água turva ou com determinadas tonalidades. 

Composição do fundo
Partículas leves ou pequenas, como as encontradas em leitos lodosos, podem permanecer suspensas por longos períodos após alguma agitação. 

A cor da água pode afetar a visibilidade ou indicar como a visibilidade está. A água de um rio, de um açude ou do mar, podem apresentar colorações diferentes dependendo de fatores diversos, por exemplo: 
Água azul indica boa visibilidade e
mergulhos agradáveis.
Naufrágio Rosalinda, BA.

Azul
A água tende a absorver mais cores com comprimento de onda maior, como o vermelho e o laranja. Por isso, ao receber a luz do sol, ela reflete mais o azul, que é uma das cores com menor comprimento de onda do espectro de luz visível a nossos olhos. (a cor azul pode ser vista em águas profundas enquanto a cor vermelha, por exemplo, é absorvida nos 4 primeiros metros). 

Verde
O tom esverdeado é na maioria das vezes originário da presença de fitoplâncton, que é basicamente um conjunto de organismos microscópicos aquáticos que têm capacidade de realizar fotossíntese, vivem flutuando na água e que possuem um pigmento verde chamado de clorofila, fornecendo essa tonalidade à água. No mar a água esverdeada pode indicar a presença de areia em suspensão.
A água escura do Açude Castanhão.

Marrom
Essa tonalidade de água é comum em áreas próximas à foz de rios, onde existe uma grande quantidade de sedimentos minerais ricos em ferro, que fornecem essa cor escura. 

Preto
A água com essa cor é comum em mangues, devido à presença de ácido húmico, que é resultado da biodegradação de matéria orgânica (animais e vegetais em decomposição). Mas a água também pode assumir colorações escuras devido ao excesso de sedimentos minerais com a mesma tonalidade. 

No Ceará
Um dos lugares com melhor visibilidade no mundo é o Caribe pois a visibilidade caribenha oscila entre 30 e 40 metros na horizontal, mas no Ceará exitem locais com visibilidade excelente, como o Parque Estadual Marinho Pedra da Risca do Meio, que é formado por belíssimos recifes submersos (com uma riquíssima biodiversidade) e tem uma visibilidade subaquática impressionante, variando de 15 a 30 metros. 

Tonalidade azul escuro é sinônimo de
bons mergulhos. Mergulhadores em
Recife, PE.
Ao observarmos as praias cearenses notamos uma coloração esverdeada na superfície do mar. Os verdes mares bravios do Ceará indicam a presença de partículas em suspensão, algo que não é muito favorável para uma boa visibilidade. Ao nos afastarmos da costa observamos que a água torna-se azul. Às vezes a mudança na tonalidade da água é perfeitamente perceptível: a água verde "encosta" na água azul oceânica a cerca de 5 km da costa. Esse "encosto"é perfeitamente perceptível devido a diferenças de aspectos físicos e químicos da água. Após essa "linha divisória" quanto mais nos afastarmos da costa mais azul escuro revela-se a água do mar normalmente indicando uma boa visibilidade durante o mergulho.

Existem muitos pontos de mergulho de ótima visibilidade no estado do Ceará, como os da tabela abaixo. 


Aproveite as opções de mergulho que o estado do Ceará oferece, seja no mar ou em um rio. Confira os mergulhos que a Mar do Ceará oferece! 


Referências: 

Logística e Informações sobre saída de Mergulho para o Naufrágio Macau

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Mergulhadora na proa do Naufrágio Macau. Foto: Marcus Davis.


O Ponto de Mergulho
Aracati,CE. Navio cargueiro naufragado em 1961 é a atração aqui. Possui cerca de 100m de comprimento e atrai grande quantidade de tubarões-lixa, cardume diversos como paruns, galos e pirangicas, lagostas, tartarugas e muitas outras espécies. Sem dúvida um dos melhores mergulhos do Ceará. Profundidade 10m - 18m. Nível Básico.
O mastro do navio.


Pré requisito
  • Ser mergulhador certificado nível básico (Open Waters) por alguma certificadora internacional de mergulho

Incluso
  • Embarcação regulamentada com equipamentos de salvatagem
  • 02 cilindros e lastro
  • Lanche (água, refrigerante, biscoitos, frutas, sanduíches e doce de goiaba) 
  • Instrutor e/ou divemasters para conduzir o mergulho
Píer da Boca da Barra, Fortim, CE.

Não incluso

Datas e Valores

Local de Encontro 
  • Praça da Igreja de Fortim, CE (a 130km de Fortaleza)

Horário de Saída e Previsão de Retorno
  • Normalmente às 6:30 nos encontramos na Praça
  • Saída às 7:00 do Píer da Boca da Barra, na Marina de Fortim
  • Previsão de Retorno as 14:00
  • (horários de saída e retorno podem variar em função a variação de marés)

Cadurme de xilas no naufrágio.
Tempo de Navegação
  • Cerca de 1:45h cada trecho de ida e volta
  • A operação dura em média 7 horas (navegação ida e volta, e operação de mergulho com intervalo de superfície), portanto se sairmos mais tarde, chegaremos mais tarde. 

Recomendações
  • Recomendamos pernoite na Pousada da Eva ou Pousada Kina Fresca em Fortim
  • Caso opte por sair de Fortaleza de madruga para o embarque lembre-se que a viagem de carro pode durar entre 1:30h a 2:00h até Fortim
  • Podemos intermediar caronas junto a outros clientes participantes. 
  • Recomendamos o uso de remédios para enjoo
  • Protetor solar, roupas secas e toalha

Mergulho e pressão: como equalizar o ouvido?

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Quando mergulhamos somos submetidos a uma pressão maior da qual o nosso corpo funciona naturalmente. Essa pressão é sentida principalmente nas vias aéreas do corpo. Aquela dor que sentimos ao mergulhar mais fundo ou quando viajamos de avião: isso é o nosso corpo respondendo à pressão.

O corpo humano é, em sua maior parte, composto de água porém existem áreas que possuem ar  ou outros gases como os ouvidos, os seios faciais (espaços dos nossos ossos e crânio preenchidos por ar e que se interligam a cavidade nasal),  pulmões, o estômago e o intestino, e quando usamos equipamentos de mergulho a máscara mantém um espaço aéreo junto a face que compreende o olhos e nariz. Essas áreas com ar são as que mais sentem a pressão exercida no nosso corpo quando mergulhamos. 

O ouvido e o sistema de equilíbrio necessitam ser preparados para receber essa pressão, seja em mergulhos de pouca profundidade até mergulhos com teto, como naufrágios e cavernas. Para regular essa pressão no corpo quando mergulhamos devemos utilizar algumas manobras para equalizar corretamente esses espaços aéreos. A omissão ou a incorreta realização desse procedimento pode levar o mergulhador a sofrer um barotrauma, uma lesão causada pela pressão. No ouvido essa lesão pode ser séria e causar a ruptura do tímpano, nos seios faciais pode causar dores muito fortes na face do rosto, até mesmo hemorragias em casos mais graves. A máscara também deve ser equalizada, e a sua não regulação também pode causar um barotrauma facial.


O primeiro passo para mergulhar é fazer um curso de mergulho para aprender as técnicas básicas corretamente sob a supervisão de um instrutor. Durante a descida melhor método pode variar para cada pessoa. Ao submergir devemos realizar os procedimentos para a regulação dessa pressão a cada metro (ou menos) de profundidade antes mesmo de sentir qualquer desconforto nos ouvidos, nos seios faciais e na máscara.

Algumas formas eficazes de se obter a equalização são:

  • Pinçar as narinas entre os dedos e soprando suavemente contra ele. Este procedimento vai enviar ar para dentro das suas vias aéreas e seios faciais. 
  • Movimentar a mandíbula de uma lado para o outro e engolir saliva. 
  • Fingir um bocejo, mexendo a mandíbula para frente e para baixo. Essa técnica é um pouco mais avançada porque o mergulhador está com o regulador na boca. 
  • Para a máscara, que também deve ser equalizada, a ação de soprar um pouco de ar pelo nariz, assim a máscara será regulada. Mas cuidado para não retirar a máscara. 
  • Desça com os pés para baixo, isso facilita a equalização correta. 
  • Esteja sempre atento se o seu dupla está conseguindo equalizar corretamente, com sinalizações próprias para isso. 


Atenção: nunca force a equalização, se estiver tendo dificuldade para realizar a equalização sinalize para o seu dupla e suba alguns metros, espere alguns minutos e tente novamente.

A equalização para ser bem sucedida não se deve estar com as vias aéreas obstruídas, como gripado, resfriado, com sinusite ou crises alérgicas. Não é recomendado mergulhar com nenhum desses sintomas, ou ter tomado um descongestionante ou remédio que mude esses sintomas, pois quando submerso o seu metabolismo é diferente, assim podendo passar o efeito desse analgésico e o mergulhador não poder equalizar de forma adequada, podendo adquirir alguma lesão.

E durante a subida também preciso equalizar?
Ao emergir normalmente nosso organismo se ajusta naturalmente à pressão. No entanto, se tiver com algum dos sintomas mencionados acima, seu corpo pode ter dificuldade de equalizar naturalmente durante a subida. Isto é chamado bloqueio reverso. Caso isto aconteça o mergulhador não deve deve continuar a subida forçando a equalização desses espaços obstruídos. Ao contrário, ele deve descer alguns metros para aliviar a pressão para só então tentar subir novamente e repetir esse procedimento quantas vezes for necessário.

É aconselhado que antes de mergulhar se tenha dormido oito horas de sono, evitar bebidas alcoólicas na noite anterior e no dia do mergulho, alimentação de coisas leves, pequenas atitudes vão ajudar o corpo na hora de regular a pressão exercida.

A equalização é algo simples a ser executado, porém necessita de atenção, domínio das técnicas e paciência para realizá-la. É muito importante para a saúde do mergulhador aprender e executar corretamente esse procedimento. Entrar na água, mergulhar e sair com saúde é extremamente prazeroso, seguindo esses protocolos básicos o mergulhador pode aproveitar de todas as formas o que o mar tem pra oferecer.

Fique atento ao realizar as manobras de equalização e qualquer dúvida pergunte ao seu instrutor ou à sua escola de mergulho.


Referências:
Manual Open Water Diver PADI

Aquasis: além do mar, no ar!

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A Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos, mais conhecida por Aquasis foi fundada em abril de 1994, no Ceará. É uma organização civil que não objetiva obter fins lucrativos, fundada a partir da equipe de um grupo de estudo, o GECC (Grupo de Estudo de Cetáceos do Ceará) que atuava desde 1992 pesquisando e conservando os mamíferos marinhos do estado do Ceará, ampliando sua abrangência de atuação a fim de envolver as espécies mais ameaçadas do estado.

A Aquasis trabalha, a mais de 20 anos, não só com animais marinhos. Ela desenvolve projetos também com aves e ambientes costeiros e continentais de grande importância ecológica. São programas dela:
  • Programa de Conservação de Aves Ameaçadas, trabalhando com o Soldadinho-do-Araripe, o Periquito-Cara-Suja, Maçarico-do-Papo-Vermelho e aves migratórias;
  • Programa de Conservação de Mamíferos Marinhos, atuando na conservação e estudo de mamíferos marinhos que ocorrem no Ceará, no noroeste do Rio Grande do Norte e no Piauí, principalmente o Boto-Cinza e o Peixe-Boi Marinho; que, até 2001, era ainda parte o então extinto GECC;
  • Programa de Áreas Protegidas, criado em 2010, que atua reconhecendo e protegendo ambientes de grande importância ecológica, principalmente na criação e implementação de áreas de proteção no Ceará visando preservar áreas fundamentais para conservação de espécies animais como matas úmidas e estuários; articulando, hoje, a criação de três Unidades de Conservação (UC) – Refúgio de Vida Silvestre Peixe-boi Marinho, Área de Proteção Ambiental Litoral Leste do Ceará e uma Unidade de Proteção Integral Soldadinho-do-Araripe.
Estuário do Rio Pacoti - CE.
  • E o Programa de Educação Ambiental, visando conscientizar a sociedade de importância de conservação dos ambientes e animais, atuando em campanhas de conscientização e envolvimento da comunidade por meio dessa educação sobre a importância regional, nacional e, até, mundial das espécies tratadas. Claro, se não houver ajuda dos membros da comunidade, a luta pela conservação das nossas belezas naturais é bastante dificultada.
Por meio de critérios levando em conta os riscos que as espécies correm, a Aquasis atribui Áreas Prioritárias de atuação, são elas:
  • A Bacia dos rios Timonha e Ubatuba (CE), pela presença do Peixe-Boi marinho, de aves migratórias, de manguezais e de ilhas estuarinas;
  • A Chapada do Araripe (CE, PE, PI), pelo Soldadinho-do-Araripe, por outras aves ameaçadas, pela mata úmida e por importantes recursos hídricos;
  • O Maciço de Baturité (CE), pelo Periquito-Cara-Suja, por aves ameaçadas e pela presença de mata úmida;
  • Quixadá (CE), pelo Periquito-Cara-Suja;
  • O Litoral leste do Ceará, pela presença de Peixe-Boi, pelos bancos de algas e plantas marinhas, pelas falésias, aves migratórias e pela pesca artesanal;
  • E a Região Metropolitana de Fortaleza, por apresentar o Boto-Cinza e pra ordenamento da expansão urbana. 
Áreas de Prioridade da Aquasis.


Mas como podemos ajudar? 

Por meio da associação aos projetos da Aquasis. São eles o Projeto Arca de Noé, que arrecada fundos por meio da conta de luz (Coelce) para apoiar as ações de conservações dos animais marinhos e aves ameaçados; o Adote um Peixe-Boi, que atua nos cuidados com peixes-boi órfãos com alimentação, medicamentos e cuidados, por meio de doações pelo PagSeguro ou PayPal, e o Projeto Manatí, que atua no monitoramento de encalhes, resgate, reabilitação e educação ambiental para conservação do Peixe-Boi Marinho, que abre edital para voluntários que queiram trabalhar nessa área.

Não há dúvidas da importância do papel da Aquasis na manutenção das belezas que tanto apreciamos, seja no mar ou em terra mesmo. Por isso é importante nos conscientizarmos e ajudar a Aquasis em sua luta constante.

Referências:
Aquasis - http://www.aquasis.org/
Adote um Peixe-Boi - http://www.aquasis.org/apoiar.php?id_apoiar=9
Projeto Arca de Noé - https://sites.google.com/a/aquasis.org/arcadenoe/
Projeto Manatí - http://www.projetomanati.org.br/aquasis/pt-br/manati/home
http://servidorsemace.blogspot.com.br/2012/09/estado-de-conservacao-do-meio-ambiente.html

Logística e Informações para Saídas de Mergulho para o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio

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Delimitações do Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio.


Ponto de Mergulho
O Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio (PEMPRIM) é uma Unidade de Conservação (UC) Marinha do estado do Ceará. Foi criada através da Lei Estadual Nº 12.717 de 05 de Setembro de 1997 com a finalidade de, segundo seu artigo 1º, “assegurar integral proteção à flora, à fauna e às belezas cênicas deste ecossistema.”.

Recanto de muita beleza, conhecido por sua riqueza em diversidade de fauna e flora aquáticas é bastante conhecido por pescadores e por nós, mergulhadores, seja pela disponibilidade de peixes, seja pelas belas paisagens subaquáticas.

Localizado a 10 milhas náuticas (cerca de 18,5 Km) do Porto do Mucuripe em Fortaleza – CE/Brasil seguindo à 60º nordeste, apresenta 33,2 Km2 de área. É bastante visitado por quem busca contato com a natureza, possuindo visibilidade entre 15 e 30 metros e profundidade entre 18 e 30m. Desses pontos operamos no Cabeço do Balanço (18m), Cabeço do Arrastado (22m), Pedra do Paraíso (22m), Pedra do Mar (23m), Pedrinha (17m), Pedra Nova (19m) e Pedra da Risca do Meio (26m).

O Parque Marinho está delimitado por coordenadas geográficas e no local não existem ilhas ou qualquer parte emersa. Toda a área do Parque está completamente submersa sendo sua delimitação exclusivamente através de cartas náuticas e navegação via GPS.

Pré requisito
  • Ser mergulhador certificado nível básico (Open Waters) ou avançado (Advanced Open Water) por alguma certificadora internacional de mergulho. O nível requisitado depende do ponto de mergulho.

Incluso
  • Embarcação regulamentada com equipamentos de salvatagem
  • 02 cilindros e lastro
  • Lanche (água, refrigerante, biscoitos, frutas, sanduíches e doce de goiaba) 
  • Instrutor e/ou divemasters para conduzir o mergulho

Não incluso

Datas e Valores

Local de Encontro 
  • No calçadão da Avenida Beirmar, em frente ao número 4320.

Horário de Saída e Previsão de Retorno
  • Encontro as 6:30h
  • Saída às 7:00h
  • Previsão de retorno as 14:00h

Tempo de Navegação
  • Em média 1:30h cada trecho de ida e volta
  • A operação dura em média 7 horas (navegação ida e volta, e operação de mergulho com intervalo de superfície), portanto se sairmos mais tarde, chegaremos mais tarde. 

Recomendações
  • Recomendamos o uso de remédios para enjoo
  • Protetor solar, roupas secas e toalha

Logística e Informações sobre Saída de Mergulho para o Naufrágio do Pecém

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Ponto de Mergulho
Chegamos sobre o ponto com sol forte e vento fraco e logo que entramos na água tivemos uma excelente surpresa: 35m de visibilidade, ou seja, víamos o naufrágio da superfície. E ele estava lindo e cheio de vida. Cardumes diversos (galos, guarajubas, pampos e parús) circulavam o navio, pequenos peixes bentônicos encantavam o lugar, grandes beijupirás circulavam à vontade. Uma grande arraia esparramada sobre os destroços revelando o real motivo para tantos beijupirás: os filhotes de arraias são muito apreciados por esses peixes. E logo ele apareceu, um mero grande e curioso que posou para as fotos. Tubarões lixa repousavam abrigados e indiferentes aos mergulhadores. Por bombordo do navio um grande jardim de enguias se mantém por lá. As enguias são assustadas, ficam apenas com a cabeça fora da toca e quando nos aproximamos elas se escondem, dezenas delas em pequenos buracos na areia. Para completar o cenário, grandes esponjas dão um charme ao destruído navio. Tudo isso em apenas um mergulho.

Após o mergulho subimos para descansar e eliminar parte do nitrogênio acumulado durante o nosso tempo submerso. Enquanto a tripulação do barco pescava, um golfinho passou próximo a nossa embarcação animando a possibilidade de um encontro no fundo.

Depois de uma hora e meia de intervalo de superfície mergulhamos novamente. E lá estava o azul maravilhoso com um lindo naufrágio no fundo. Assim que imergi avistei uma arraia xita que circulava nosso cabo guia. O navio está parcialmente destruído devido a explosão que o afundou e a anos de depredação por parte de piratas submarinos que vandalizam os naufrágios cearenses dinamitando-os para extrair metais nobres (cobre, bronze, latão) que são vendidos no peso em sucatas. Mas ainda podemos ver diversas estruturas do navio em si. A popa está bem preservada é possível contornar o leme. O canhão defensivo ainda está lá, apontando para o fundo. Roda do leme, caldeiras, e outras grandes estruturas ainda estão lá, um pouco camufladas por anos de colonização dos novos habitantes.

Pré requisito

Incluso
  • Embarcação regulamentada com equipamentos de salvatagem
  • 02 cilindros e lastro
  • Lanche (água, refrigerante, biscoitos, frutas, sanduíches e doce de goiaba) 
  • Instrutor e/ou divemasters para conduzir o mergulho

Não incluso

Datas e Valores

Local de Encontro 
  • No calçadão da Avenida Beirmar, em frente ao número 4320.

Horário de Saída e Previsão de Retorno
  • Encontro às 4:30h
  • Saída às 5:00h
  • Previsão de Retorno às 16:30h na Praia e de Pecém e,
  • Às 18:00h em Fortaleza

Tempo de Navegação
  • Em média 4h de ida. Navegação suave à sotavento (a favor do vento e das ondas)
  • Na volta ao invés de retornarmos a Fortaleza, navegaremos em direção a Paraia de Pecém, em média 2:30h
  • Na praia de Pecém uma van estará nos esperando para nos trazer de volta a Fortaleza 
  • A operação no mar dura em média 11:00 horas (navegação ida e volta, e operação de mergulho com intervalo de superfície), portanto se sairmos mais tarde, chegaremos mais tarde. 

Recomendações
  • Recomendamos o uso de remédios para enjoo
  • Protetor solar, roupas secas e toalha

Mergulho em Fortaleza: Promoção Reserva Antecipada!

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Mergulhe mais e pague menos com a promoção Reserva Antecipada para Saídas de Mergulho Embarcado!

Organizar operações de mergulho exigem preparação. Para nós o quanto antes soubermos a quantidade de mergulhadores que teremos a bordo, melhor podemos nos preparar para servi-los. Portanto lançamos a promoção "Reserva Antecipada" que deve ser solicitada no ato da reserva.
  • Ao fazer a reserva para uma saída de mergulho embarcado para o Parque ou para o Naufrágio Macau com mais de 15 (quinze) dias de antecedência o mergulhador pode solicitar a promoção "Reserva Antecipada" para ganhar 15% de desconto no valor da saída.
  • Se a reserva for feita com até 7 (sete) dias de antecedência o mergulhador que solicitar a promoção ganha 10% de desconto no valor da saída.
  • Ao solicitar a promoção "Reserva Antecipada" o mergulhador acorda em fazer uma reserva através de depósito ou transferência bancária não-reembolsável (em caso de desistência por parte do solicitante) no valor de R$ 150,00.
  • O desconto não incide sob o valor de aluguel de equipamentos.
  • Caso a saída seja cancelada pela operadora, o valor pago pelo mergulhador será ressarcido integralmente.
  • A promoção é válida apenas para saídas de mergulho para o Parque Estadual Marinho ou Naufrágio Macau. 
  • Consulte o Calendário!
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Não esqueça! A promoção deve ser solicitada pelo cliente no ato da reserva! Entre em contato!

"Quero mergulhar, mas sou míope!": Máscara com Grau pode resolver

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Não só a miopia, mas a hipermetropia e o astigmatismo são condições de visão cada vez mais comuns e não é muito difícil encontrar alguém que use óculos. Hoje, com ajuda do avanço tecnológico na produção de lentes, não é muito difícil a produção de lentes que auxiliem na correção dessas condições para o dia a dia.

A necessidade do uso de óculos.

Óculos e lentes de contato são facilmente adquiridos para serem usadas em todas as ocasiões, mas será que podem ser usados em mergulho? Bem, os óculos ficam difíceis de usar por baixo da máscara de mergulho, mas e as lentes de contato?

As lentes de contato não são muito recomendadas para mergulhos pelos riscos que envolvem seu uso. O principal é um alagamento acidental da máscara de mergulho, podendo aumentando as chances de perder a lente e ter que interromper o mergulho devido a incapacidade de visualização embaixo d'água. Outro risco é a maior chance de contaminação da lente por bactérias que possam se alojar na lente e gerar infecções oculares.
O uso de lentes de contato.
Quem usa lentes de contato sabe dos desafios diário quanto o assunto é manuseio e higienização delas, uma vez que, se elas entram em contato com algum líquido que não seja a solução fisiológica própria, as lentes podem estragar, comprometendo seu uso.

Para se ter uma noção, a concentração de sais das soluções próprias para lavagem de lentes de contato é cerca de 0,9%, enquanto que a água do mar possui uma média de 3,5% e a água dita 'doce', entre 0,4 e 0,5%. Essas concentrações de sais, tanto da água doce, quanto da salgada, geraria problemas na lente.

 Então quem tem condições especiais de visão não pode mergulhar? Sim, elas podem sim! Pequenos valores de grau podem ser corrigidos pela própria água e pelo "grau" do material em que a máscara é feito, principalmente nos casos leves de hipermetropia. Mas, e se o grau for maior, tem como mergulhar? Sim! Com máscaras de mergulho com grau! Isso mesmo. Lembra sobre o avanço tecnológico na fabricação de lentes? Então, esses avanços também chegam ao mergulho e há óticas especializadas na produção de lentes para serem adaptadas em máscaras de mergulho.

Máscara de mergulho adaptada com grau.
Mas essas adaptações podem não estar acessíveis financeiramente, mas que é vantajoso, é! A ótica Santista Class Opticaé tradicional e experiente na fabricação de lentes adaptadas à mascaras de mergulho. A loja é sediada em São Paulo e foi com o responsável técnico Márcio Garcia Groegel que esclarecemos nossas dúvidas. 

E aí? Como ocorrem a adaptação das lentes?
"A adaptação de lentes corretivas em máscaras de mergulho é um trabalho artesanal e que envolve vários fatores para o sucesso do serviço e consequentemente de uma boa visão subaquática. Atualmente o mercado só fabrica blocos de cristal com diâmetro de 65 milímetros e ainda assim é difícil encontrar, pois esse material esta caindo em desuso, por essa razão as máscaras mais indicadas são as com desenho de olho pequeno, como por exemplo a Omer Bandit."

Modelo mais indicado para o
processo de adaptação.

O que é preciso saber além disso?
"Ainda que o olho da máscara seja pequeno, dependerá muito da distância pupilar do usuário, para saber se a lente corretiva irá cobrir toda a lente da máscara. Outro detalhe é a correção do usuário. Dependerá da receita , saber se é possível ou não fazer o serviço."

Como é feita a lente?
"Nós precisamos fazer uma lente a partir de um bloco bruto de cristal, aonde deixamos uma face da lente plana, para posteriormente fundir essa ao vidro original da máscara. Para um óculos, é diferente, pois a lente possui geralmente as duas faces curvas."

E quanto aos custos e tempo de serviço?

Formato das lentes: plana de um 
lado, curva de outro.
"O valor de um par de lentes em cristal highlite, monofocal é de R$ 380,00. Eu costumo pedir 20 dias de prazo para fazer, pois como comentei anteriormente, é um serviço que está em desuso e preciso parar tudo que estou fazendo para me dedicar somente a esse par de lentes de cristal. Muitas vezes as lentes quebram e precisamos recomeçar do zero todo o processo. Se existir correção para longe e para perto, daí terei que fazer 2 pares de lentes...continuaremos tendo dois focos (bifocal), mas neste caso o valor seria de R$ 760,00, pois precisarei de dois pares de lentes para neutralizar os 'vícios' refrativos do usuário."

Lentes e máscaras em adaptação.

Certo! O que preciso mandar para ter minha máscara adaptada?

"Sempre oriento os clientes, a adquirirem a máscara e, antes de nos enviar, efetuar a marcação de forma correta, da distância pupilar. Com essa informação realizamos algumas ponderações aqui na empresa, pois quando mergulhamos, não estamos na posição ereta...geralmente estamos 'deitados' e muitas vezes olhando pra cima (quando descemos), o que foge muito da nossa maneira de se locomover em terra, onde olhamos sempre pra frente e baixo... É possível ainda fazer correção somente para perto, no caso adicionamos duas películas na parte inferior do vidro da mascara, fazendo uma lente bifocal. Lembro sempre que, cada caso é um caso..."

Então, suas dúvidas foram esclarecidas? Já está pronto para investir em uma máscara de mergulho adaptada e deslumbrar de todas as belezas do Mergulho no Mar do Ceará?
Processo de adaptação: lentes
em montagem na máscara.

Agradecimentos:
Ao responsável técnico da Santista Class Optica, Márcio Garcia Groegel, pela disponibilidade em esclarecer os questionamentos e disponibilizar as imagens das máscaras e montagem. A ótica possui site próprio e responde às dúvidas e pedidos por meio dos contatos disponíveis em seu site.

Referências Fotográficas
Lente: http://imguol.com/2013/01/17/o-estudante-de-fisica-renato-amaro-golin-21-que-usou-lentes-de-contato-validas-por-um-ano-dos-12-aos-17-anos-1358436813661_1024x768.jpg;


Óculos: https://3.bp.blogspot.com/_8xwfILl9yKM/So71zwuTRCI/AAAAAAAAEJ4/WNQ2uGAumY0/s320/u0005230big.jpg

Projeto Tamar: mais de 30 anos cuidando das nossas tartarugas marinhas!

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As tartarugas encontradas são medidas, pesadas, fotografadas e marcadas pelos profissionais do Projeto Tamar.
O Projeto Tamar, criado em 1980 pelo antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal-IBDF, atual Ibama-Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, é um projeto que visa a preservação de tartarugas marinhas. Tamar tem origem de Tartaruga Marinha e atua em pesquisas, monitoramentos, educação socioambiental.

Estagiária do Projeto fixando a etiqueta de marcação. Parte do trabalho do Tamar é identificar as tartarugas encontradas

Tartaruga-Oliva.
Hoje seu reconhecimento é internacional como uma bem sucedida experiência de conservação marinha e é usada como modelo para outros países, principalmente pelo fato de envolver as comunidades costeiras diretamente no seu trabalho socioambiental.

O Projeto Tamar atua em nove estados brasileiros, percorrendo mais de 1.000 km de áreas costeiras visando a preservação de áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso de cinco espécies de tartarugas que ocorrem em nosso país (Tartaruga-cabeçuda, Tartaruga-verde, Tartaruga-de-pente, Tartaruga-de-couro e  Tartaruga-oliva).

Tartaruga-Cabeçuda.
Hoje a expressão Tamar passou a designar o Programa Nacional de Conservação de Tartarugas Marinhas, atuando em cooperação entre o Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisa das Tartarugas Marinhas-Centro Tamar, vinculado à Diretoria de Biodiversidade do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade-ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente, e a Fundação Pró-Tamar, instituição não governamental, sem fins lucrativos, fundada em 1988 e considerada de Utilidade Pública Federal desde 1996.
Tartaruga-de-Couro ou Gigante.
Além do trabalho direto com as tartarugas marinhas, o projeto visa a conscientização ambiental para somar forças em seu trabalho. A responsabilidade social também é levada em consideração, principalmente na geração de emprego e renda para a população que participa em suas ações ou na confecção de artesanato que é vendido pela loja do projeto.

Com o uso de tecnologia, o Projeto Tamar, fazendo uso de localizadores via satélite, monitora as rotas de tartarugas de 2001 e seus resultados são voltados para entender o processo de migração e deslocamento natural delas, concluindo, recentemente, que as tartarugas são riqueza internacional, uma vez que elas percorrem mares de países dos continentes Africano e Americano, sendo necessário uma cooperação internacional na preservação de recurso natural.

No Ceará o Projeto Tamar possui sede na praia de Almofala, no município de Itarema, 190 km de Fortaleza, em uma comunidade indígena, considerada como último reduto dos Tremembé no litoral oeste do Ceará. O projeto monitora  40km de praias, além de locais de desembarque, venda de peixes e mercados públicos.

Pesagem de uma das três
tartarugas encontradas
As tartarugas encontradas nos currais de pesca da região são recolhidas pelo Tamar para reabilitação ou apenas para marcação, coleta de dados, etc. Acompanhamos o trabalho desses profissionais em Itarema, CE.

No estado a Tartaruga-Verde é o centro das atenções, pois elas comumente sofrem com as pescas irregulares ou utilizando equipamentos e técnicas que prejudicam a tartaruga, como redes, currais e caçoeiras.

Portanto é importante que estejamos ciente de projetos que visam a preservação dos ecossistemas naturais, uma vez que eles são nosso principal ambiente de diversão, além do fato de serem fundamentais para a manutenção da vida no planeta.

Acompanhamos o trabalho desses profissionais em Itarema


Referências:
http://www.projetotamar.org.br/index.php;
http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-plano-de-acao/pan-tartarugas/livro_tartarugas.pdf;

O Naufrágio do Alcântara em 1892 - seria o Vapor do Paracuru?

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por Augusto César Bastos e Marcus Davis

R. J. H. Saunders era o capitão do Alcântara. Medeleine Saunders, sua esposa, está enterra no Cemitério São João Batista em Fortaleza.
A pesquisa de naufrágios é um trabalho de detetive: juntar as pistas descobertas pelo caminho. É um trabalho quase sem fim, pois a história é extensa e fontes e detalhes surgem a cada dia. E foi assim que tropeçamos na história do vapor Alcântara naufragado em 1892 nas proximidades da praia do Paracuru.

É de nosso conhecimento que existem dois naufrágios no litoral da Praia do Paracuru. Um deles está a cerca de 13 km da praia naufragado a 18m de profundidade, popularmente conhecido como "Vapor do Paracuru" e ainda não foi corretamente identificado por nossa equipe. O outro está encalhado na praia, também em Paracuru, nas proximidades da ponta da Piriquara, mas tem sua identidade conhecida, era o vapor Ceará encalhado em 1889.

O Vapor do Paracuru era um navio antigo. Possuía caldeiras para propulsão e as chapas de metal que constituíam seu casco foram rebitadas umas nas outras, tecnologia que caiu em desuso por volta da década de 20. Essas evidências são indícios de tratar-se de uma embarcação construída antes desse período o que a coloca no mesmo espaço de tempo em que o vapor Alcântara navegava em nosso litoral. Seriam o Alcântara e e o Vapor do Paracuru a mesma embarcação? 

“Dos relatos da vovó Raimundinha lembro bem da tragédia com sua irmã Rosa Virgínia (Rosinha). Rosinha morava em Manaus onde as fortunas eram fáceis e atraíam grande número de brasileiros e estrangeiros. O marido de Rosinha faleceu de malária e deixou a viúva com muito dinheiro e jóias. Ela desfez os negócios em Manaus e embarcou no vapor Alcântara com destino ao Acaraú. Esse navio naufragou na costa de Paracuru.
Rosinha, como era hábito na época, carregava consigo muito dinheiro e jóias.
Com ela, viajava um seu compadre solícito e prestativo. Na hora do desespero, ele ajudou Rosinha a subir numas pranchas e prontamente ficou com sua valise e uma bolsa. Ele sabia de suas “valiosas” cargas. Pegou um bote para voltar com socorro e não mais regressou. Rosinha sucumbiu junto com o comandante do navio que esperavam inutilmente por ajuda.
Anos depois, esse solícito amigo, em seu leito de morte, angustiado pelo remorso e na presença de muitas testemunhas, relatou toda a cena do naufrágio e chamava o nome de Rosinha pedindo perdão.
Foi assim que a família ficou sabendo da verdade. Ele deixara sua comadre morrer sem socorro para ficar com seus bens.
Esse naufrágio foi no dia 27 de junho de 1892, em Paracuru. O comandante desse vapor Alcântara está sepultado aqui no São João Batista e seu túmulo é próximo à Capelinha da família de Leocádia da Costa Araújo.
Há uma lápide de mármore: R J H Saunders M.I.C.E. Fica no primeiro plano, à esquerda da alameda central.
Vovó Raimundinha sempre que ia à nossa capela dava uma passadinha para rezar pela alma do comandante e dizia “ele e minha irmã passaram juntos os últimos momentos de vida”.
O poeta cearense Lívio Barreto, membro da Padaria Espiritual e um dos mais expoentes de sua geração, se encontrava também embarcado mas conseguiu sobreviver, pois era um bom nadador e chegou até a costa.

Essas anotações chegaram pelas mãos do Dr. Barroso, médico aposentado, que também possui peças do naufrágio. Uma bússola, uma travessa e os pés de uma mesa.

A bússola do vapor Alcântara, naufragado em 1892.

Esse naufrágio foi citado no livro “Datas e factos para a história do Ceará” de Barão de Studart.

É tentador afirmar que o nome real do Vapor do Paracuru é Alcântara. No entanto, esses fatos por si não são suficientes para uma confirmação. Sabemos que existe o vapor do Paracuru e o vapor Ceará, mas e se houver um terceiro? Ou mesmo um quarto naufrágio a vapor na região ainda não conhecido? Registros históricos apontam pelo menos um terceiro naufrágio na região: o vapor Aripuanã, naufragado em 1920, próximo a praia do Pecém...

Fotos
Augusto César Bastos

Leia também:
O Encalhe do Paracuru
Expedição ao Vapor do Paracuru
Novas Informações sobre o Encalhe do Paracuru - o vapor Ceará

Ameaça: Coral Sol identificado no Ceará

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Coral-Sol do gênero Tubastraea no Petroleiro do Acaraú, no Ceará. Foto: Marcus Davis. Todos os direitos reservados.

No Ceará existe naufragado a 20 milhas náuticas da costo um navio conhecido como Petroleiro do Acaraú. Este naufrágio permanecia sem identidade até ser corretamente identificado como o petroleiro norte americano Eugene V R Thayer naufragado em abril de 1942 quando foi canhonado por um submarino italiano... tudo isso aconteceu aqui no litoral cearense e sua história foi recentemente publicada no Atlas de Naufrágios do Ceará.
O petroleiro Eugene V R Thayer.

Fantásticas histórias a parte, passados os tempos sombrios da Segunda Guerra Mundial, agora a ameaça é outra. O litoral brasileiro vem sendo colonizados por espécies invasoras que habitam outros mares e, quando chegam aqui, causam um desequilíbrio ambiental.

O coral-sol é uma espécie que pertence ao gênero Tubastraea, natural do Oceano Pacifico. As espécies localizadas no Petroleiro do Acaraú por Marcus Davis e confirmadas pelo doutor Marcelo Oliveira Soares da Universidade Federal do Ceará são Tubastraea tagusensis e T. coccinea. Elas tiveram seus primeiros registros no Brasil pela Bacia de Campos provavelmente trazidos por incrustação em plataformas de petróleo. Em 2006 foi identificada por pesquisadores na Bahia e em 2014 em Sergipe. Acreditava-se que ele não havia ultrapassado o litoral de Pernambuco... até agora.

Compartimentos do naufrágio completamente tomados pelo Coral-Sol. Foto: Marcus Davis. Todos os direitos reservados.

A notícia é vista com receio pela comunidade científica:
Pelo jeito é Tubastraea tagusensis; muito triste que chegou no Ceará, temos até então apenas registros em plataformas de Sergipe o mais para nordeste. O MMA, Ibama e Icmbio estão bem sensibilizados e fazendo um Plano Nacional de Monitoramento e Controle do Coral-Sol no Brasil. Este registro é importante neste sentido. Esclareço que o vetor de introdução é incrustação em plataforma de petróleo e etc, não é agua de lastro. Vocês podem ver maiores informações no Facebook do Projeto Coral Sol (Joel Creed, UERJ)
Foto: Marcus Davis.
Todos os direitos reservados.
Resta saber como ele chegou aqui. Este foi o único avistamento, e não são conhecidos outros locais colonizados pela espécie. No entanto, os porões e áreas abrigadas do naufrágio estão completamente tomados por ele. Nesse caso a história do navio também pode ajudar. O Eugene VR Thayer estava em rota da Argentina para Venezuela, é possível que a espécie tenha sido introduzida ainda neste período? Ou sua chegada é mais recente? 

Existem outros locais na área habitados por este ser? Como salvar as espécies nativas? Segundo pesquisadores os corais-sóis são agressivos a espécies nativas, como o coral-cérebro do gênero Mussismilia, espécies endêmicas do litoral brasileiro que agora estão em risco. Essas questões estão sendo estudas por especialistas, mas normalmente este é um caminho sem volta como o caso do peixe-leão no Caribe.

Saiba mais
O Ceará e a II Guerra Mundial: O Afundamento do "SS Eugene V R Thayer" e o "Petroleiro do Acaraú" - Mais um navio identificado no Ceará?

Logística e Informações sobre Saída de Mergulho para o Petroleiro do Acaraú (Eugene V R Thayer)

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Mergulhador junto a proa do Petroleiro do Acaraú. Foto: Marcus Davis.

Ponto de Mergulho
As letras thaYER podem ser lidas.
O Petroleiro do Acaraú é um dos naufrágios mais misteriosos do Ceará. Apesar de ter sua identidade conhecida está localizado a mais de 20mn da costa e a outros 230km de Fortaleza e é considerado um dos "Everests" do mergulho brasileiro. É definitivamente um mergulho para avançados pela distância da costa, longa navegação e a presença de correntezas na superfície e no fundo.

Toda essa dificuldade vale a pena. É um mergulho na história. O petroleiro norte americano Eugene V R Thayer foi afundado abril de 1942 pelo submarino italiano Pietro Calvi. Antes de naufragar, passou dois dias em chamas a deriva. Onze membros de sua tripulação pareceram no sinistro. É um link com os acontecimentos da II Guerra que aconteceram em nosso litoral 70 anos atrás. Evidências dessa batalha podem ser vistas no lugar.
Colônias de Coral Sol.

História a parte, o mergulho é incrível! Barracudas, tartarugas, tubarões lixas, beijupirás, esponjas e corais encantam o cenário.

Recentemente nossa equipe descobriu a existencia de uma espécie invasora de coral no local. O coral sol nativo do Oceano Pacifico Sul vem invadindo o Atlântico nas últimas décadas e até então não era conhecida a sua existência ao norte de Sergipe.



Pré requisito

Incluso
  • Embarcação regulamentada com equipamentos de salvatagem
  • 02 cilindros e lastro
  • Lanche (água, refrigerante, biscoitos, frutas, sanduíches e doce de goiaba) 
  • Instrutor e/ou divemasters para conduzir o mergulho
  • Hospedagem em pousada com ar condicionado e café da manhã para dois pernoites na véspera e após a saída (sexta para sábado e sábado para domingo).

Não incluso

Datas e Valores

Local de Encontro 

Horário de Saída e Previsão de Retorno
  • Encontro às 7:30h na Pousada Oásis 
  • Saída às 8:00h no Porto dos Barcos em Itarema 
  • Previsão de Retorno às 20:30h no Porto dos Barcos, em Itarema.
  • Os horários de saída e retorno podem sofrer variações e serão confirmados na véspera

Tempo de Navegação
  • Em média 4:30h de ida. 
  • Em média 4h de volta.
  • A operação no mar dura em média 12:00 horas (navegação ida e volta, e operação de mergulho com intervalo de superfície), portanto se sairmos mais tarde, chegaremos mais tarde. Por este motivo o pernoite na véspera e após a saída está incluso.

Recomendações
  • Recomendamos o uso de remédios para enjoo
  • Protetor solar, roupas secas e toalha
  • Pernoite na véspera e na volta estão inclusos e são fortemente recomendados em vista a longa viagem de carro para Fortaleza.

Ação de Limpeza de Praia: Achados do Mar de Fortaleza

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https://docs.google.com/forms/d/1zawZyAS-hjWWfnCUR70qNEsaHEVjmOPpZUVpecogOuA/viewform

Amigos Mergulhadores!

Realizaremos no dia 8 de junho de 2016 um super evento de limpeza de praias em parceria com Prefeitura de Fortaleza, a organização Limpa Brasil e o Projeto A Mar! Convidamos nossos amigos e clientes mergulhadores a se voluntariar conosco nesta linda ação! 

O Mar do Ceará dispões de 20 vagas para nossos amigos e clientes mergulhadores. Sua reserva deve ser feita através do email mardoceara@gmail.com até o dia 6 de junho e, logicamente, está condicionada ao número de vagas. Todo o equipamento será fornecido gratuitamente aos participantes pelo Mar do Ceará! As cargas de ar que serão utilizadas pelos mergulhadores foram patrocinadas pela Conecta Consultoria Contábil! Outros queridos patrocinadores que abraçaram a causa foram: Academia Espaço Corpore Saúde, Uptime Soluções e Tomodachi Sushibar

Não é mergulhador? Você também pode participar do evento! A ação contará com mergulhadores para limpeza submersa, praticantes de rapel para a coleta de resíduos nos quebra-mares e voluntários para coleta na praia e ações de conscientização aos transeuntes!


Local de Encontro: Tenda que ficará em frente ao Hotel SONATA, Av. Beira Mar 848.
Vestimenta: Leves e confortáveis, óculos e de preferência bonés.
Checkin: 07h00min - 07h59min
Começo da coleta: previsão de 08h00min
Término da coleta: previsão até 12h00min


- Haverá Certificado -

Chegue no horário para ajudar na organização da ação, pois precisamos dar a confirmação dos participantes e as devidas instruções.




Mergulho Consciente: boas práticas para bons momentos

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por João Ravelly
Mergulhador no Cabeço do Arrastado, no Parque Estadual Marinho.
Para quem gosta de mergulhar, encontrar uma grande diversidade de animais e vegetais em seus mergulhos é a melhor parte e principal objetivo para a maioria. Não precisa conhecer e conseguir identificar cada ser vivo que conseguimos visualizar para ficarmos encantados com suas diversas formas, cores, movimentos. Peixe cor-de-rocha ao vermelho e amarelo intensos; pequenos e grandes mamíferos; coloridas e curiosas algas.

Sabemos o quão importante são esses seres vivos para a manutenção do equilíbrio do ambiente aquático, bem como sua importância para os animais terrestres, seja como presas ou predadores. Mas nem sempre vemos todos os seres vivos que estão ao nosso redor, e na água não poderia ser diferente.

Diversos animais bem pequeninos tem no solo marinho sua moradia e ambiente para busca de alimento. Outros tem unicamente as rochas, seja pelo fato de não conseguir nadar livremente, seja pelo fato de apenas conseguir andar. E são esses os seres vivos que mais sofrem impactos que podem comprometer suas vidas.

Esponjas e corais encrostados
 em rochas marinhas.
Nos cursos de mergulho aprendemos a manter sempre os nossos equipamentos presos ao nosso corpo, para que eles não saiam arrastando na areia e pedras, danificando a vida subaquática. Mas poucos de nós somos orientados a não mexer em tudo o que vemos. Bem, até somos, mas com o enfoque em nossa segurança, não na preservação do meio.

Mergulhar com equipamentos soltos que arrastam no chão ou que possam bater em rochas; bater as nadadeiras em corais, esponjas; tocar indiscriminadamente nos animais; remover, mover, virar rochas; todas essas ações são potenciais agressoras ao meio ambiente aquático.

Mergulhador próximo ao solo,
 mas mantendo uma boa flutuabilidade.
"Mas, então a solução seria não mergulhar mais?"
Claro que não! O mergulho é motivador de preservação em muitas áreas importantes para a dinâmica ambiental. Além de ser com a ajuda do mergulho que podemos estudar a vida aquática e entender melhor esse ambiente ainda dotado de muitas descobertas!

"Então, como faço pra mergulhar e não prejudicar o meio?"
Então, além de evitar fazer o que já foi dito, entender que toda e qualquer ação tomada em um mergulho acarreta muitas consequências; estar informado das ações que podem ser executadas e, principalmente, das que devem ser evitadas; mergulhar com profissionais qualificados para que possam lhe orientar antes, durante e depois do mergulho.

"Quero mergulhar tranquilo e não quero ficar lembrando de todas essas recomendações! Qual a principal delas?"
Mergulhe conscientizado, principalmente para continuar desfrutando de tudo o que você verá!


Nota de Pesar e Esclarecimento sobre os Riscos do Mergulho Recreativo

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A equipe da Mar do Ceará lamenta profundamente o ocorrido com o mergulhador de outra escola da capital, Alexsandro Rodrigues de Lima, que veio a óbito neste último fim de semana. Gostaríamos de esclarecer que este triste fato não está relacionado a nossa escola ou a algum de nossos amigos ou clientes mas que nos solidarizamos com a dor de todos os envolvidos.

Entendemos que o mergulho recreativo é uma atividade segura quando praticado com alto nível de treinamento e conservadorismo. Estudos demonstram que o mergulho é uma atividade de pouco risco quando comparado com atividades cotidianas como dirigir em uma Rodovia Federal. Desde quando abrimos em 2009 nunca tivemos nenhum acidente sério com nossa equipe ou clientes. 

Este é o primeiro caso de óbito durante um mergulho no Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio. E também é provavelmente o primeiro a ocorrer com um mergulhador recreativo praticando mergulho autônomo sem intenções predatórias (caça submarina) em nossa capital. 

Os índices que não diferenciam as modalidades de mergulho devem ser vistos com cautela antes de formarmos uma conclusão. Acidentes de mergulho ocorrem com uma certa frequência com pescadores-mergulhadores que não possuem conhecimento apropriado das técnicas de mergulho e utilizam equipamentos rudimentares e improvisados. Também são comuns com mergulhadores livres que prendem a respiração para chegar ao fundo e capturar seu peixe. No mergulho profissional, em que o mergulhador realiza serviços submerso, as estatísticas também demonstram um risco mais sério. Isso tudo não acontece no mergulho recreativo em que o índice de acidentes é baixíssimo. 

Problemas congênitos não relacionados com a atividade podem se manifestar enquanto o indivíduo mergulha é outra questão a ser considerada. Doenças que provavelmente ocorreriam se a pessoa estivesse assistindo televisão ou subindo uma escada, por exemplo.

Lamentamos muito pela família, toda a comunidade de mergulho recreativo no Ceará compartilha sua dor.

Raias e Tubarões: primos bem próximos

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Com o planeta possuindo grandes mares, não é de se espantar que esse ambiente natural possua uma grande diversidade animal. Basta mergulhar para poder desfrutar de toda essa riqueza natural. São cores, formatos, tamanhos; variações que fascinam até o mais experiente mergulhador. Na costa cearense não é diferente!
Diversidade de peixes ósseos no Parque Estadual Marinho da Pedra da Rica do Meio no Ceará!
Não seria espanto falar que os peixes dominam e ocupam muito bem os mares e oceanos do nosso planeta. E são nesses mares onde os animais possuem diferentes modificações corporais para melhor obter alimentos, fugir de predação, conseguir parceiros para reprodução. Mas, muitas vezes, não temos muita noção de quais animais são representantes desses "peixes".


Peixes: quem são?

Didaticamente, o grande grupo dos peixes é dividido em Peixes Cartilaginosos, que são aqueles que não possuem processos de ossificação característico, e os Peixes Ósseos, os que possuem esqueleto ósseo com minerais associados à esses ossos. O Peixes Ósseos correspondem ao padrão de peixe que temos, aqueles animais marinhos ou dulcícolas, possuindo toda aquela estrutura de espinha rígida, variam muito em forma, tamanhos, cores.

Quimera.
Já os Peixes Cartilaginosos, que correspondem aos Tubarões, as Raias e as Quimeras, são animais que possuem uma estrutura corporal sustentada por cartilagem, um tecido pouco rígido, mas bastante flexível.

As Quimeras são exclusivamente marinhos de grande profundidades, com cauda em forma de chicote, nadadeira dorsal com espinhos característico e 3 pares de aberturas laterais, que correspondem à fendas branquiais, para respiração.

Os Tubarões são animais com corpo geralmente fusiforme, marinhos, carnívoros, com nadadeiras peitorais pares e separadas da cabeça e com 5 a 7 pares de fendas branquiais. 

Tubarão com 5 fendas branquiais vistas á direita da nadadeira peitoral.
As Raias possuem essas fendas branquiais ventrais em 5 pares, nadadeiras peitorais grandes e unidas aos lagos da cabeça e corpo achatado.

Mergulhador em contato com raia. 5 pares de fendas branquiais ventrais bem evidentes.
As Quimeras, por apresentar hábito mais profundo, torna sua visualização em mergulho recreativo difícil, sendo bem mais comum observar os Tubarões e as Raias.


Tubarões e Raias: são tão iguais assim? Sim, mas possuem algumas diferenças.

Os Tubarões e as Raias são geralmente chamados de Elasmobrânquios, ou seja, são bem próximos quanto a suas características corporais e genéticas.

O que difere tubarões de raias é claramente o formato de seus corpos. Os tubarões possuem um corpo, como dito, fusiformes, bem característico deles, que corresponde aquele formato parecido com um torpedo; enquanto que as raias são 'achatadas dorso-ventralmente', ou seja, são mais planas. Quanto ao seu formato, tubarões são claramente nadadores e seu formato acaba por melhorar seus cortes na água; já as raias, geralmente ficam enterradas, tendo seu corpo achatado como vantagem.
Corpo achatado da Raia.
Essa diferença de comportamentos foi permitida devido a diversas modificações que ocorreram ao longo do processo evolutivo desses animais. É comum falar que as raias são tubarões achatados! Isso porque houve toda uma movimentação corporal para que esse achatamento favorecesse essa nova atuação das raias.

Tubarões possuem fendas branquiais laterais, enquanto raias possuem essas mesmas fendas branquiais ventrais. Além disso os tubarões possuem um par de nadadeira peitoral visivelmente separada da cabeça, enquanto que nas raias essa diferenciação é dificultada, pois há uma fusão entre essas partes corporais.

Ainda mais, tubarões se locomovem por movimentação de sua nadadeira caudal, já as raias usam as nadadeiras peitorais como 'asas', 'voando' pelas águas. A boca deles possuem localizações diferente: a de tubarões é frontal, a de raias é ventral. Entre outras características que diferenciam Tubarões de Raias.


Certo! Agora, temos como diferenciar machos e fêmeas?

Cláspers presentes no tubarão
macho à esquerda.
A reprodução dos peixes cartilaginosos é feita por fecundação interna, ou seja, o macho introduz seus gametas na fêmea. Produzem normalmente poucos filhotes e, sim, tem como diferenciar machos e fêmeas.

Os machos possuem uma adaptação nas nadadeiras pélvicas chamada de Clásper, que são adaptados para introdução de gametas na cloaca da fêmea. Ou seja, só há presença dessa modificação em machos. Normalmente é de fácil visualização em machos adultos, na região da barriga, ventral, deles.


E sua ecologia e conservação?

Tubarões são tratados como vilões assassinos brutais dos mares. Raias são as vilãs por matarem usando o 'ferrão' da cauda. Bem, sabemos que não é bem assim! (E essa ideia deve ser riscada mesmo!)

"Encantadora de tubarões": mergulhadora em contato com tubarão.
Muito do que tememos nesses animais são consequências da indústria cinematográfica com seus grandes filmes mostrando somente o comportamento selvagem e brutal de alguns indivíduos, de algumas espécies. Mas há uma grande diversidade desses organismos, inclusive para mergulhos recreativos em grandes aquários mundo a fora.

Para quem mergulha com frequência, se deparar com raias e tubarões não é algo tão desesperador. Isso pelo fato de saber que basta não se comportar com movimentos bruscos, não tentar tocar indiscriminadamente nesses animas. São raros os acidentes envolvendo mergulhadores bem treinados e responsáveis e esses animais, ou seja, eles não são vilões!

Modelo realizando ensaio fotográfico
em meio à tubarões.
Mas essa ideia de monstros assombrosos ameaça muitas espécies animais, e com os tubarões a raias não é diferente. Mas já foi dito aqui no blog do Mar do Ceará que não devemos ter medo dos tubarões, ainda mais por saber que os principais registros de visualizações de tubarão no litoral cearense corresponde ao Tubarão-Lixa, que apresenta raros ou nenhum registro de agressividade; sendo inclusive objeto de muitos estudos por apresentar facilidade com a vida em cativeiro para estudos.

Lembrando que ataques, quando ocorrem, são decorrentes de aumento do estresse animal causado por perturbações em seus ambientes naturais.

Agora, sabendo que Tubarões e Raias são tão parecidos, mesmo como suas diferenças; sabendo como identificar e diferenciar machos de fêmeas, e sabendo que eles não são vilões, quando será seu próximo mergulho?

Referências:
Livro: POUGH, F. Harvey; A vida dos vertebrados. 4. ed. - São Paulo : Atheneu Editora, 2008.

Fotos: 
http://misteriosdomundo.org/wp-content/uploads/2016/04/peixes.jpg;
http://1.bp.blogspot.com/-L0ZZFnNxcGs/TZ79deZb75I/AAAAAAAAAkQ/6HxuCKupblw/s1600/quimerabox.jpg;
http://mundo-marinho.mundoentrepatas.com/imagenes/os-tubaroes.jpg?phpMyAdmin=PfqG0iessiXP%2C5Zcan9pxZp0nv2;
http://noticiasdatv.uol.com.br/media/_versions/mega_shark_space_free_big.jpg;
http://tucuna.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/tumblr_l307eraEEs1qzou5ko1_1280.jpg;
https://thefisheriesblog.files.wordpress.com/2014/07/female-shark-and-male-shark-with-claspers2.jpg;
https://lh3.googleusercontent.com/-S9PugpFSZ_c/TW8BKKCf_JI/AAAAAAAADTg/TValokV_7p8/s1600/Heliotrygon+gomesi.jpg;
http://www.arthurcaliman.com.br/_upload/magazine/news/ft_zoom_ft_zoom_14_AleSocci-GreenPixel_Bahamas--10jpg018122015092044jpg503032016232732.jpg;
http://s2.glbimg.com/w7-N3zj-uQJ0leH3KweAZ05I5Ds=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/08/06/jiquvzyd.jpg.

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Achados do Mar de Fortaleza - evento de limpeza de praias

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Banner do Evento


Limpeza subaquática, limpeza da faixa de praia, palestra educativa para as crianças, exposição do Projeto Tamar e muito mais no evento Achados do Mar de Fortaleza!

Em ação promovida pela Prefeitura de Fortaleza e a ONG Limpa Brasil mergulhadores e voluntários retiraram cerca de 400kg de lixo da Praia do Aterrinho. 

No mínimo uma vez por ano realizamos uma ação como essa em uma das praias de Fortaleza ou Ceará com o objetivo maior de conscientizar a população. Este foi um dos maiores eventos do qual participamos devido a grande mobilização da sociedade civil. Além do apoio da Prefeitura de Fortaleza, pequenas e grandes empresas acreditaram na importância desta ação 100% custeada pela por patrocinadores privados. 

Patrocinadores
Faculdade CDL
C. Rolim Engenharia
Espaço Saúde Corpore
Nacional Gás
Tomodachi Suchi Bar
Unifor
OK Design
Samuca Frutas
Uptime Soluções em Manutenção
Conecta Consultoria Contábil

Apoiadores
Mar do Ceará - Escola e Operadora de Mergulho
Indaía
SVM
RioMar
Beach Park
EcoFor
Esmaltec
HiperCar
Atlantida
GabiRibas Produções
Parceiros
Corpo de Bombeiros do Ceará
Guarda Municipal de Fortaleza
Selletiva
IFCE
Semace
Seuma
Cia Sustentável
Rotaract

Idealizadores
Prefeitura de Fortaleza
ONG Limpa Brasil

Fotógrafos e Cinegrafistas
Ruver Bandeira
Kiko Ribas
George Almeida
Alexandre Martorano

Na Imprensa e outras mídias





A Prefeitura de Fortaleza promoveu, na manhã de quarta-feira (08/06), um mutirão de limpeza no mar do Aterrinho da Praia de Iracema e uma série de ações de educação ambiental no local. A iniciativa integra a Semana do Meio Ambiente, comemorando o Dia Mundial dos Oceanos e Dia Municipal do Boto-Cinza (golfinho), decretado como patrimônio natural de Fortaleza - Lei 9.949/12. Coordenado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), da Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) e Coordenadoria da Pessoa com Deficiência do Estado, o evento contou com a parceria de várias ONGs e instituições.

“Nessa comemoração do meio ambiente a gente mostra que a natureza não é só verde, é também o cuidado o cuidado com as águas. Nós resolvemos refletir sobre a balneabilidade dos nossos corpos hídricos, a qualidade da nossa praia e o que queremos para o futuro, de forma que a gente atingisse as várias faixas etárias. A gente está muito acostumado em cobrar do poder público a limpeza das águas e, muitas vezes, os alagamentos ocorrem por conta de canais de drenagem entupidos, rios e riachos sujos, que nunca deveria ser poluído. A população deve tomar consciência de que o lixo depositado de forma inadequada vai ser revertido em reações muito negativas para a cidade”, disse a titular da Seuma, Águeda Muniz. A limpeza da faixa de praia de Fortaleza é feita a cada dois meses pela Secretaria e pela ONG Limpando o Mundo.

A programação contou com a limpeza submarina, dentro do projeto Achados do Mar de Fortaleza (escola de mergulho Mar do Ceará, Atlântida Mergulho, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal), limpeza da faixa de praia e educação ambiental (Seuma e Projeto (A)MAr), exposição de material sobre tartarugas e resíduos (projeto Tamar/ICMBIO), palestra educativa aos Guardiões do Meio Ambiente (31 alunos de escolas da Rede de Ensino Municipal), visita guiada e educativa com as crianças e professores à Ponte dos Ingleses onde, frequentemente, aparecem os botos-cinza (técnicos da Seuma, Semace e Instituto Povos dos Mar), educação ambiental na Praia Acessível (Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) e Coordenadoria da Pessoa com Deficiência e finalização da coleta com a exposição inicial de todos os resíduos coletados.

A campanha Achados do Mar de Fortaleza contou com 30 mergulhadores da escola de mergulho Mar do Ceará, da ONG Atlântida Mergulho e do Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal, para coletar resíduos no mar e fazer o cálculo do custo de recuperação ambiental dos danos causados por esses objetos no ambiente natural e exposição dos mesmos com o objetivo de conscientizar a população.


Lídia Torquato, mergulhadora da escola Mar do Ceará, falou da importância de manter o oceano limpo. “Precisamos limpar o mar principalmente devido à fauna aquática. A gente vê muitas mortes de tartarugas, botos-cinza e toda a fauna marinha de uma forma geral. Às vezes as pessoas pensam que o mar é o lixo, ainda há muitos esgotos clandestinos. A gente tira do oceano lixo, rede de pesca, anzol, que continuam matando peixes no fundo do mar”. Segundo ela, em setembro haverá outro mutirão de limpeza na praia.

Conforme Edilane Muniz, coordenadora nacional do Limpa Brasil, será feita uma exposição dos resíduos tirados do mar hoje no Recicla Nordeste dia 15 de junho e depois segue para Shopping Rio Mar, Rede Cuca e Escolas Municipais. “A gente quer levar a sociedade a fazer uma reflexão da responsabilidade que a gente tem desses itens terem parado no mar, que não é só o que é jogado na orla, mas também nas galerias, que no período de chuva acaba acarretando dano e impacto ambiental dentro do mar. Inclusive a gente vive um surto de dengue em decorrência do lixo que é responsabilidade de todos os cidadãos. Cada um deve fazer sua parte”. O Limpa Brasil está iniciando agora, além da capacitação dos professores, a transformação das escolas num ponto permanente de entrega de material reciclável.

A educação ambiental da população também teve espaço no estande do projeto Tamar e Instituto dos Povos do Mar, que alertava sobre os cuidados para a preservação das cinco espécies de tartaruga que vivem em nosso litoral e distribuindo o Manual de Ecossistemas Marinhos e Costeiros para Educadores. “A gente está tentando fazer um trabalho de conscientização com relação aos resíduos sólidos. Hoje, um dos maiores problemas para as tartarugas marinhas além da pesca predatória é a ingestão de lixo. Muitos animais encalham nas praças ao longo do litoral do Ceará e do Brasil e a causa mortis é ingestão de resíduos sólidos. O animal ingere o lixo, sente que o aparelho digestivo está cheio, para de se alimentar e isso favorece a entrada de várias doenças. Hoje nós estamos mostrando para a população a importância de dar o destino correto ao lixo produzido no dia-a-dia. O que nós temos hoje é bastante saco plástico, tampa de garrafa PET que a tartaruga não consegue distinguir se é lixo ou comida”, disse Eduardo lima, coordenador Regional do Tamar. O projeto salva, por ano, nas cidades de Itarema e Acaraú, de 300 a 400 animais marinhos.

Educadores da Seuma também conversaram sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade com os participantes do Projeto Praia Acessível. “Cada história e as vidas que nós estamos transformando que nos motiva. A gente dá um pouco e recebe muito, a gente devolve a autoestima das pessoas. Mais do que promover atividades esportivas, a ideia é integrar quem participa do projeto, que podem passar o dia na praia com elas merecem e têm o direito. Para gente é muito importante ter essa integração também na educação ambiental, para conscientizar os usuários do Praia Acessível que eles também podem fazer parte desse movimento muito importante para a cidade”, declarou Luiz Carlos Machado, coordenador do projeto.

Inaugurado em abril pela Prefeitura de Fortaleza, o projeto oferece espaço de lazer com esteira de acesso e cadeiras anfíbias às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e já beneficiou 300 pessoas. O local conta ainda com estrutura para vôlei e frescobol adaptados, piscinas, cadeiras e mesas cobertas com toldos, banheiro acessível e itens de segurança. O projeto funciona de quarta a domingo, de 9h às 14h na Praia de Iracema, em frente ao Hotel Sonata.

Tiago Lima, 34, autônomo interessou-se pela exposição de material sobre tartarugas e resíduos e reforçou a importância de ações que promovam a consciência ambiental dos cidadãos. “Eu acho esse projeto interessante, pois tem muita gente que não tem a consciência de jogar o lixo no lugar certo e polui o meio ambiente, trazendo malefícios à fauna, não só às tartarugas quanto aos peixes. Muito relevante essa iniciativa para informar a sociedade”, afirmou.

A Semana do Meio Ambiente teve início na quinta-feira (02/06) e seguiu até (09/06), com Apresentação dos resultados de dois anos do Plano de Arborização e do Sistema de Informações Ambientais de Fortaleza às 15 horas, no Paço Municipal.


Palestra com Escolas Municipais

Alunos da Rede Pública Municipal de Ensino assistiram, no Hotel Sonata, à palestra “O Boto-Cinza: Patrimônio Natural do Município de Fortaleza”, ministrada por Carol Meirelles, da ONG Aquasis.

De acordo com Carol Meirelles a Aquasis trabalha com os botos-cinza em Fortaleza há 20 anos e há uma população de apenas 40 animais em Fortaleza. “Falei aqui sobre a espécie, ambiente marinho e o uso da espécie para proteção de todo o habitat, preservando as tartarugas marinhas e peixes. Muita gente não conhece o boto-cinza. A gente começou a fazer o monitoramento na Praia de Iracema e, ultimamente, como eles começaram a aparecer muito perto do espigão, a população começou a vê-los mais vezes. A população da espécie na cidade é muito pequena e a médio prazo não se sustenta, pois sofre com vários espaços, como poluição e capturas acidentais. O Proder Público e a sociedade devem cuidar do meio ambiente do boto-cinza para cuidar dele”, explicou Carol Meirelles.

Para Pedro Davi, 13 anos, estudante da Escola Cordeiro Neto e coordenador geral dos Guardiões do Meio Ambiente, projeto implantado pela Seuma nas escolas há cinco meses, esta é uma oportunidade de aprender e contribuir para a preservação da natureza. “No projeto Guardiões do Meio Ambiente a gente cuida do meio ambiente da escola, do patrimônio e, além disso, conscientizamos a sociedade, distribuindo cartas, aguando as plantas e fazendo educação ambiental dos menores aos maiores. É importante preservar animais como o boto-cinza para as futuras gerações possam ter o prazer de conhecer espécies que são tão importantes. Para isso, temos que fazer nossa parte ao não jogar lixo no chão e, mesmo que você não suje, coletar o lixo que você vir na rua”.

O Boto-Cinza (Sotalia guianensis) é um pequeno golfinho de coloração cinza, que pode variar de cinza claro ao escuro, com duas faixas de coloração mais claras na lateral. Pela sua importância para o ambiente marítimo de Fortaleza foi decretado como patrimônio natural do município, por meio da Lei 9.949, de 13 de Dezembro de 2012.

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